Porque grandes garotas não choram. Elas escrevem.

Todo o medo de tentar

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ela abriu a porta do carro para sair, mas ele a segurou pelo braço, a puxou e lhe deu um demorado beijo. É claro que ele estava perdoado! 'Poderia ficar com ele durante toda a minha vida' - ela sarcasticamente pensou. Era real. Tudo aquilo que ela sentia ao seu lado era real. Ela podia sentir a vibração das ondas que vinham do som de sua respiração se propagando em sua direção. Ela sentia cada músculo de seu corpo fraquejando ao seu toque. Os pêlos dos braços se arrepiando quando suas mãos, delicadamente, passeavam de seus ombros até os pulsos, e os dedos se entrelaçavam nos dela, permitindo-a sentir que jamais se distanciariam. Ela pôde perceber a relutância com que ele se aproximava. A princípio, não entendeu, mas seu coração romântico e sonhador logo acolheu aquele receio como medo de que ela fizesse algo de que viesse a se arrepender mais tarde. A verdade é que ela realmente possuía um medo ancestral de se envolver e se entregar. Não temia por seu corpo, mas receava infinitamente por seu coração. Ela era ainda uma garota, mas possuía um grande e doloroso passado afetivo. Mas, em momento algum deste passado, ela se entregou por completo. Ainda no carro, envolta naquele abraço, ela se perguntava se o que sentia naquele momento era apenas desejo, ou se estava se apaixonando. Tentou se livrar destes pensamentos se livrando do abraço, abrindo novamente a porta e saindo do carro. Foi até a outra porta, da qual ele abaixou o vidro da janela, o olhou nos olhos e lhe deu um simples beijo nos lábios. Ele a encarava com um olhar questionador. Ela apenas lhe disse 'até mais', e entrou em casa. A frieza explícita em sua atitude não retirou dela os medos e incertezas, mas lhe deu mais algum tempo. Talvez seja isso que ela sempre faz com as pessoas. Faz com que esperem por ela, unicamente, porque ela tem medo de se permitir amar. Porque, quando ela sente que o outro a afeta mais do que fisicamente, ela foge. Peço que não a condenem, pois ela é como qualquer outra garota que sonha ser feliz, e dividir sua felicidade com alguém. Mas ela tem tanto medo de não encontrar a pessoa certa, que acaba decidindo por si própria, que é ela a pessoa errada.

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"É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los"

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