Porque grandes garotas não choram. Elas escrevem.

Da necessidade de declarar esse amor por você

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro, eu consigo me orientar
Sei que a proximidade não nos fazia bem, e que, talvez, a distância tenha sido nosso maior presente. Mas não posso deixar de falar sobre a falta que você me faz.
Desde que você contava mentirinhas para me fazer de boba e que fazíamos perfumes com as folhas frescas de hortelã roubadas dos pés que a Dona Sônia plantava... desde sempre, eu quis ser como você.
Eu sonhava em ter sua inteligência, suas habilidades, seu tom de pele, e até a sua voz. Irmão mais velho quase sempre é espelho, né? E eu não fugi do clichê.
Sou grata pelas qualidade que absorvi de você. Sou grata pela inconstância, pelo inconformismo, pela inquietude e por essa paixão que não nos deixa parar.
Você talvez não saiba, mas é minha inspiração. Ainda bem que tenho você. Porque, sem o seu exemplo, eu talvez não fosse tão independente. Sem os nossos choques, nenhuma de nós seria tão forte. E, sem o seu incentivo, eu talvez não tivesse tanta fé em mim.
Nada é tão palpável quanto a certeza de que eu sou tudo o que eu sou porque tive a sorte de ter você.
Acho que alguns dos nossos anjos são assim mesmo: vêm disfarçados para a gente aprender a amar e descobrir que não existe no mundo força maior que a desse laço.

Te amo, irmã

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Sobre as marcas que ficam

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Por Brena Lacerda

 
Toda violência, seja ela física ou não, deixa cicatrizes. Cada vítima carrega as suas e elas nunca são iguais. Dor não se mede, trauma não se quantifica e ninguém pode precisar o peso que cada um traz nos ombros. Algumas vezes, a dor de um acontecimento pode reacender uma mágoa passada, que pensávamos estar esquecida, superada. Algumas vezes, palavras de consolo, empatia e o tão atarefado tempo não são suficientes. Nada é. Certas cicatrizes são eternas.
Há algumas noites, no caminho da faculdade até o ponto de ônibus, pouco depois das dez, uma amiga e eu conversávamos na rua em que ela mora. Notando que já estava um pouco tarde, nos despedimos e seguimos caminhos opostos. Eu precisaria andar menos de três minutos até o ponto de ônibus que estaria cheio de trabalhadores e estudantes voltando para casa.
Após o que pareceu cerca de 30 segundos depois da despedida, fui seguida por dois homens dos quais não vi o rosto, apenas ouvi as risadas. Com o tempo passando supreendentemente devagar, senti uma forte puxada no braço, da qual consegui me soltar. Ao tentar correr, um dos sujeitos agarrou minha saia rodada e segurou meus braços. Meus gritos não eram ouvidos. Eu só pensava no que estava para acontecer e em como eu preferia morrer ali a ser violentada de tal forma. Usei toda a força que tinha me debatendo. Consegui soltar um dos braços que se chocou contra a porta de aço de uma loja. O barulho assustou meu agressor que, por um segundo, soltou meu outro braço. Foi o tempo que precisei para correr, atravessar a principal e mais movimentada avenida da cidade e chegar ao ponto de ônibus, aonde fui amparada por alguns amigos e pude telefonar para minha mãe.
Em meio a todo o choque da violência sofrida, do choro que vai e vem e do medo de todos que não conheço, tenho ouvido tentativas de consolo como ‘não fique assim, poderia ter sido bem pior’. Mas, na minha concepção, saber que poderia ter sido pior é o que mais machuca. Se o que aconteceu já me despiu de qualquer desejo de pôr meus pés para fora de casa pela manhã, como eu me sentiria se aquela violência tivesse chegado a níveis extremos? Eu não saberia responder. Não tenho o direito de dizer que entendo ou que imagino a dor de uma pessoa violada a tal ponto. Sei apenas da minha dor, e ela não tem cabido no peito.
Passei os últimos oito anos me recuperando do trauma de um assédio sexual sofrido dentro da minha própria família, no início da minha adolescência. Em minhas análises posteriores ao ocorrido, sempre me questionei sobre em que momento permiti que tal coisa acontecesse. Foi culpa minha, que me desenvolvi muito cedo e sempre chamei atenção? Foi culpa minha, que não notei o interesse, supostamente, explícito? De alguma forma, a culpa era minha, não do homem 30 anos mais velho do que eu que, abusando da confiança da minha família, pensou que tinha o direito de me tocar e satisfazer seus desejos, quaisquer que fossem eles.
A nova agressão trouxe de volta grande parte da frustração adormecida. Mas, desta vez, talvez pela idade ou pela experiência, estou certa de que, se não fosse eu naquela rua, teria sido outra. Se não fosse eu naquele carro, oito anos atrás, teria sido outra. Não foi o adiantado da hora, não foi a minha saia rodada, não foi minha meia-calça preta. A única causa da violência foi a prepotência dos meus agressores, que, ao verem uma jovem sozinha em uma rua vazia, se sentiram no direito de invadir o meu espaço, me tocar e tentar, a força, conseguir algo de mim.
É bastante óbvio, mas a sociedade ainda precisa ouvir: quem causa um estupro é apenas o estuprador. E é vítima, e não ré, a mulher ou menina que é julgada como presa fácil e submetida a este tipo de tortura. Talvez, algum dia, a dor passe, a cicatriz fique mais fraca, quase impossível de se ver, e fique mais fácil voltar a andar com confiança. Talvez, algum dia, as pessoas entendam que meu corpo pertence a mim e que é um crime contra a humanidade sequer pensar em me tocar sem a minha permissão. Talvez um dia, as pessoas saibam e nós não precisemos mais dizer.

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Das utopias reais

terça-feira, 13 de agosto de 2013

São tempos difíceis para os sonhadores.

Quem diz que nem todos os sonhos se realizam não conhece força que carregamos em nós. Muito prazer! Nós, os sonhadores, nascemos com o costume de viver nas nuvens, mas também com a obstinação para alcançar cada uma das coisas que almejamos.

Nunca é fácil para nós. Querer demais em um mundo que tenta suprimir seus desejos é desanimador. E quanto de nós não ficou pelo caminho por conta disso?

Este é um mundo treinado para te reprimir e mostrar "seu lugar", caso você ouse tentar ser mais do que a sociedade te fez. E ele está pronto para lhe fazer em pedaços, se você fraquejar.

Aquela velha história de que alguns já nascem grandes não nos convence. Grandeza precisa, não apenas ser conquistada, como também reafirmada todos os dias. E, se você deixa, por um segundo sequer, de lutar por seus sonhos, abre mão de toda a grandeza que estaria por vir.

A vida é uma gigantesca coleção de potes de ouro. Algumas pessoas, por peripécias do destino, já possuem boa parte deles assim que nascem. Outros, como nós, precisam se doar intensamente para tomar sua parte deste tesouro. E não há grandeza maior do que esta.

Nossos sonhos não são grandes demais para nós. A realidade é que é pequena demais para nos conter. Nós, os sonhadores, não somos dosados, medidos, definidos e, muito menos, limitados.

São tempos difíceis, concordo. Mas nossa força aumenta a cada obstáculo. E aqueles, que se atrevem a rir de nossa busca, desconhecem a tal grandeza da qual tanto falam. Walter Elias Disney disse uma vez que, se você pode sonhar, você pode fazer. Não existe verdade maior.

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Carta de alguém que quer amar sem jogos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

São coisas lindas que eu tenho pra te dar
 Por Brena Lacerda

Eu não entendo de jogos. Nunca fui de praticar esportes e nem sei jogar videogame. Do Mário Bros ao Mortal Kombat, passando pelo futebol e pelo xadrez, eu não entendo uma única tática. Na vida não é diferente. Só consigo me relacionar com pessoas que deixam seu manual de instruções a mostra. Não sei ler as entrelinhas e nem reconhecer os sinais. Talvez por isso eu seja tão entregue, tão transparente e me dê tão mal com quem não é. A triste verdade é que nem 10% do mundo é como eu.

Os amigos tentam me ensinar a não demonstrar tanto interesse, a ser mais misteriosa, a não me fazer tão disponível, mas não sei ser alguém diferente da minha essência. E, não ligar quando sinto saudades para deixar que a pessoa sinta a minha falta é, de fato, algo que não faz parte de mim.

Você chegou anunciando calmaria, mas, com sutileza, tem sacudido o meu mundo. As tempestades interiores que me causa são acionadas pelo toque de seus dedos, palmas e lábios. E o terremoto acontece apenas com uma música simples, que eu não paro de ouvir desde que você dedicou-a a mim. Todo dia, em algum momento, eu penso em você. E não seria tão mais simples se eu pudesse sinceramente te dizer isso, sem ter medo de que você ache que estou forçando as coisas ou indo rápido demais? Sem jogos ou regras, não seria tão mais bonito, se eu pudesse responder a esta música com tantas outras que me lembram de você, sem ter que me preocupar se há mais de você em mim do que de mim em você? Não seria o mundo um lugar mais aconchegante se pudéssemos falar de dores, sonhos e sentimentos sem ter que respeitar os protocolos sociais impostos por alguém que inventou isso tudo sem saber absolutamente nada sobre nós ou o que sentimos na presença (ou ausência) do outro?

Um amigo me contou certa vez que terminou um namoro porque a menina vivia lhe escrevendo cartas e ele tinha preguiça de lê-las. Bom, trocar cartas é uma das últimas demonstrações sinceras de afeto que existem no mundo. Tão rara quanto um beija flor nesses dias. Mais tarde, conversando com a menina, descobri que ela era muito tímida e que a terapeuta a havia aconselhado a se declarar através de cartas. Todo o seu coração estava ali, dedicado em linhas a alguém sem sensibilidade para apreciá-lo. Perguntei se ela se arrependia de tê-las escrito e ela disse que não. E por que deveria?

Se o grude sufoca, duvido que sufoque tanto quanto a incapacidade de se expressar em palavras. Portanto, há algum tempo me proibi de jogar sempre pelas regras dos outros, permitindo que alguém suprima minha voz. Que o sentimento não me cale mas, pelo contrário, me dê ainda mais voz.

Você é bem-vindo em minha vida. Eu aprendo a jogar videogame, a dançar e começo a sair mais para te fazer feliz. Tenho apenas três pedidos: que nosso caminho seja feito enquanto caminhamos, sem sofrimentos antecipados; se você vier, venha inteiro; e, por último, que sempre nos lembremos de que os sentimentos não existem pra ficarem presos no peito.

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À garota da blusa de chiffon azul turqueza

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ei, garota! Te peguei jantando com um dos melhores caras que já conheci. Pois é, sorte a sua! Ele é um daqueles caras que, se você for esperta, mantém ao seu lado pra sempre, porque, com ele, você nunca vai se sentir só.

Ele é o cara que levanta e puxa a cadeira para você sentar, é o cara que te deixa escolher o pedido do restaurante. Ele é o cara que quer te ver feliz e satisfeita, mesmo que ele não esteja. Ele é o cara que vai sempre colocar o seu bem estar em primeiro lugar.

Se você for tão sortuda quanto eu penso, vai poder conhecer os jeitos e trejeitos desse rapaz que surpreende a cada dia. Você vai ver que ele gosta mais de ouvir do que de falar, mas, quando ele fala, dá vontade de ficar parada ouvindo. Vai perceber que, não importa se você disser que faz mal, ele vai sempre dizer que o café poderia ter ficado mais forte. Ele vai arrumar a mesa do café para você, e te servir o que ele chama de ‘o melhor rocambole do mundo’, recheado com doce de leite e todo o amor da avó dele.

Se você não for tonta, vai entender logo que ele é alguém para cativar, mas, se ele te deixou entrar, é porque, de fato, você merece. Faça por onde ser digna dessa confiança, porque, uma vez que você a perde, pode ser muito doloroso jamais reconquistá-la.

Ele vai querer fazer planos com você e vai acreditar muito neles. Não o decepcione. Se você se assustar, seja franca, sem nunca deixar de ser doce. Ele não é o tipo que explode, então preste atenção aos detalhes, porque algo pode estar acontecendo sem que você perceba.

Ele vai perdoar seus erros e falhas enquanto ele tiver forças. Vai lutar pelo que vocês têm com tudo o que ele pode, mas, quando (e se) ele desistir, pode ser que seja para sempre, então lute também. Ele merece o seu esforço, seu suor e todas as suas tentativas.

Você vai gostar de acordar a noite para ouvir a respiração dele, porque é simplesmente bonita. E, se for esperta, não causará a ele preocupações desnecessárias. Você poderá contar com ele para qualquer coisa, mas os dramas em excesso poderão te assombrar no futuro, quando tentar se lembrar dos bons momentos juntos.

O rapaz tem valores muito bem definidos, mas isso não o impede de amar alguém que pense diferente. Ele nunca tentará falar mais alto, e raramente vai criticar suas opiniões, desde políticas até aos escritores que você gosta. Se disser alguma coisa, será com calma e doçura, sem nenhuma intenção de te magoar.

Como já disse, se você se desculpar, ele vai te perdoar de qualquer mágoa que você tenha lhe causado. Mas, como uma pessoa que valoriza o seu tempo de adaptação às situações, será ótimo se você der a ele algumas horas para assimilar a mágoa e também o perdão. Respeite o tempo e o espaço que ele precisa, e vocês se darão bem.

Ele vai respirar na sua nuca, fazer carinho nos seus dedos, te olhar profundamente e falar sobre sentimentos. Neste momento, garota, não corra... é a vida te apresentando um dos últimos homens que entendem que o amor é força, não fraqueza. Não tenha medo de se entregar, mas, se você for, vá inteira. Não se dê pela metade, porque ele entregará em suas mãos tudo o que ele é.

Não se culpe por não poder dar mais do que você tem. Ele não espera isso de você. Apenas seja você e permita que ele faça parte de quem você é. Porque, desde o momento em que ele entrou em seus dias, tenha a certeza de que a sua vida começou a melhorar.

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Que o futuro venha e seja doce

sábado, 16 de fevereiro de 2013


Hoje eu só queria que a vida fosse mais doce, que o dia fosse mais doce, que os anos passassem de forma mais doce. Sonho com horas amenas na varanda, e o vento balançando as folhas das árvores que nos acompanharam desde sempre. Elas ainda são jovens, enquanto nós, nem tanto.
Hoje eu espero apenas sentimentos tranquilos. Não quero perder o ar com alegrias imensuráveis, nem tampouco perder noites de sono com dores aparentemente sem fim. Quero apenas relaxar depois de todas essas viradas, e saber que tenho um amor ameno para compartilhar nada além das amenidades da vida.
Que a intensidade desse amor esteja visível nos detalhes. Que não precisemos saltar de paraquedas para nos sentirmos vivos. Mas, que um passeio de mãos dadas ao fim da tarde seja nossa aventura preferida. Que nenhum dos dois precise mover o mundo de lugar para demonstrar amor. Saberemos, sem precisar dizer.
Desejo problemas, como na vida de qualquer pessoa. Mas que os problemas não soem como o fim dos tempos aos nossos ouvidos. Que possamos trata-los com a leveza de quem sabe que tudo pode ser contornado com calma e cumplicidade. Que as mãos dadas segurem um ao outro quando o tombo vier, e que possamos administrar os anos vivendo o verdadeiro significado da palavra ‘parceria’.
Hoje peço que a chuva caia mansa lá fora e que os temporais não nos assustem. Que o sol não desapareça, mas que também não nos impeça a visão. Que as ondas venham se chocar contra as pedras, mas não nos machuquem. Que plantemos árvores e cultivemos um jardim para testemunharmos a vida acontecendo em sua forma mais pura, sem jamais perder o sentimento de gratidão à Sagrada Terra pela vida que renasce todos os dias.
Depois de tantos planos e passos arriscados, hoje me rendo e desejo apenas paz. Que possamos viver em paz com o mundo, e em paz com nós mesmos. Que os outros se sintam em paz em nossa presença. E, se é verdade que todos os seres têm memória, que nossos jardins se lembrem da paz que buscamos semear.
E eu, que já sonhei em sacudir o mundo, hoje espero somente impacta-lo de forma suave e memorável. Eu, que antes sonhava em entrar para a história, desejo apenas que nossos filhos recordem nossas lições, quando não estivermos mais aqui para lembra-los. Eu, que tantas vezes disse que queria morrer de amor, hoje sei que o amor não mata, e que, se não for doce, não é amor de fato.

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"É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los"

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