Porque grandes garotas não choram. Elas escrevem.

domingo, 11 de abril de 2010


Cara Lirys,

Meus dias têm passado rapidamente e mal tenho visto a luz do sol. Gostaria de escrever-te cartas felizes, mas, meus dedos se recusam a mentir. Também não minto quando digo que encontrei uma luz brilhando na escuridão dos meus pesadelos, e ouso dizer que posso, um dia, ser verdadeiramente feliz.
Como você bem sabe, estou aprisionada nesse porto, como um barco que ali repousa. Você e eu sabemos que barcos não foram feitos pra isso. Eu quero o mundo, minha amiga, e sei que o mundo também me quer. Milagrosamente, já vejo se dissipar a névoa que me impede de me desamarrar deste maldito porto, graças à luz que, como um presente divino, brilha agora em minha vida.
Essa luz não me pertence e nem vem a mim quando eu quero. Ela brilha para mim de acordo com seus desejos mas, o modo com que ela tem iluminado meus dias tem transformado minha vida.
Eu queria tê-la comigo em todos os momentos, mas sabemos que não pode ser assim. Eu queria ter seu sorriso luminoso sempre comigo, nem o Sol me ilumina mais.
Não sei, mas sinto que já pertenço a essa luz, quando pensei em fugir ela já tinha me tocado, não pude fazer nada.

Com carinho,
Anita Gérard

FURTADO, Brena Lacerda
Eu não falo de dor

2 vozes:

thiago 15 de abril de 2010 às 20:27  

Que texto lindo, Deve que eh pq vc eh inteligente !

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"É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los"

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