Porque grandes garotas não choram. Elas escrevem.

Sapos e príncipes.

sábado, 19 de março de 2011

Entrou como um sapo em minha vida, apesar de tão lindo. Um sapo tantas vezes vil, do qual as pessoas ao redor tentavam me alertar, dizendo aos berros: "Tem cuidado, menina boba. Tem cuidado com seu coração."
Entrou como um sapo, saiu como um príncipe.
Não que eu acredite em contos de fadas. Não que isto tenha sido um.
Nas histórias, o príncipe e a princesa vivem felizes para sempre. Vivem felizes juntos. E esta, talvez, seja a principal diferença. Mas se transfomou sim em um príncipe!
Talvez pelos belos olhos, ou até mesmo pela gentileza. Arrisco-me a dizer que a principal característica que delatou sua nobreza escondida foi a sua humanidade. Sua capacidade de se despir de máscaras e mostrar-se humano, não isento de medos, inseguranças e receios, mas dotado de uma sinceridade cuja grandeza eu ainda não havia visto em tantos outros sapos que encontrei pelo caminho.
Eu sei que está indo embora, sei que é pra longe de mim e tenho consciência da dor que está deixando aqui. Como escreveu Caio Fernando Abreu: " [...] sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência" [...]" Sim! Esta ausência, que já sinto em algum lugar aqui, vai continuar latejando constante em uníssono no meu coração. Mas um dia vai passar, como o querido Caio escreveu em sua mesma obra.
O que me alegra, ou pelo menos, ameniza esta tristeza é saber que nos encontraremos pela rua, e poderemos sorrir um para o outro com sinceridade - não apenas por educação, mas sim porque nos encontrarmos uma vez mais é motivo para sorrir - e percebermos que a cumplicidade e a amizade que devotamos um ao outro no período em que estivemos juntos continuam intactas, intocadas.
Entrou em minha vida como um sapo, mas se transformou num príncipe.
Mas a verdade é que sapos não se transformam em príncipes. Eles nascem príncipes! Só que você precisa olhar nos olhos e enxergar com o coração. É preciso deixar que seus sentimentos falem mais alto que os pré conceitos que embotam na gente para que tenhamos medo de nos arriscar. Se você não assumir o desafio de olhar, o sapo continua sendo sapo até a eternidade.
Portanto, cada lágrima que derramei e ainda vou derramar valeram e valerão a pena, pois pude ver além dos meus olhos, ouvir além dos ouvidos e sentir com meu coração.
Será pra sempre belo e continuará aqui intacto. Ponto e basta.

2 vozes:

Daniele Tem Pass 20 de março de 2011 às 16:52  

Nem sei o que dizer. Lindo o texto!

Beijos.

Vic 21 de março de 2011 às 23:14  

Não tenho palavras para descrever o quanto você escreve bem. Parabéns amiiiigaa ♥

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"É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los"

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