Porque grandes garotas não choram. Elas escrevem.

O garoto que só sabia sorrir

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O seu sorriso literalmente parte meu coração em dois: O lado que não foi afetado pelas decepções da vida e que acha válido insistir e permitir que isso cresça. Que adoraria te mostrar que carinho e amor curam TODAS as feridas e que está disposto a se submeter a tudo para te fazer feliz; e o outro lado que já colocou os pés no chão há algum tempo, e sabe que isso nunca vai ser real. Este lado, cruel de tão realista, me diz que não posso e que, mesmo se pudesse, nunca iria acontecer.
Mas você sorri e meu coração pensa que é pra mim. Você sorri e o lado romântico e sonhador atropela meu realismo. Você me olha e eu sinto que algo aí dentro pode estar mudando, mas as coisas só mudam aqui, - fazendo uso da frase de Tati Bernardi - nesse coração João-Bobo, que sempre se levanta pra apanhar mais.
Eu vi você chegar porque sempre te vejo primeiro.
Fixei meu olhar no seu, mas nem precisaria olhar para saber com precisão para onde você estava olhando. Você trazia nos olhos aquele brilho singular, impossível de se ignorar, daqueles que mantêm as esperanças acima de tudo. E eu, ironicamente, amava isso em você.
Foi quando a fala tornou-se, além de desnecessária, inútil. E eu, que sempre usei deste artifício em meu favor, já não tinha mais essa habilidade. Não com você. Eu, que sempre soube o que fazer, sempre vestida e armada de ousadia e autoconfiança, agora me encontro despida, indefesa e vulnerável, deixando que a vida faça o que achar melhor.
É tudo tão novo, mas me lembra tanto o passado.
É normal retroceder? Não! Não posso ter 13 anos eternamente. E eu falhei miseravelmente na minha tentativa de crescer e superar.
E o coração João-Bobo, ainda partido em dois, não encontra palavras para explicar. Não encontra um meio de traduzir a luta que está havendo aqui.
O coração sofre com você aqui, mas não suporta bater quando você está longe.
E, de vez em quando, o realismo assume o controle, dando um gancho de direita no meu coração sonhador. É quando seus olhos cor de jabuticaba encontram os castanhos que você tanto admira, e meus solitários olhos verdes tentam encontrar uma maneira de não transbordar.
O realismo é categórico e diz: “Afaste-se!”
Ah, como eu quero ter forças para, de fato, me afastar e voltar o meu olhar para tudo àquilo que, antes de você, me era tão importante.
O realismo imobiliza as ilusões. Não sem dor. Não sem lágrimas. Mas ele o faz por ser necessário.
E este impulso vital, para o meu bem e por amor-próprio decide se manter firme na decisão de te esquecer. Mas, meu Deus, eu não sei ter amnésia proposital. Como vou fazer isso?
Quanto isso vai durar? Provavelmente até o seu próximo sorriso.

1 vozes:

Anônimo,  15 de setembro de 2011 às 09:04  

Todo castigo pra corno é pouco...
As vezes pensar em si mesmo, é amnético e nescessário.
Meus respeitos

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"É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los"

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